quarta-feira, 20 de maio de 2009

Saudades



Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

Sempre gostei deste poema, mas nos ultimos dias tenho pensado muito nele.
Tenho visto a minha vida a mudar de uma forma desmesurada à minha frente, nem consigo explicar o rodopio de sentimentos, de lágrimas, de apertos no peito…Eu quero ficar feliz, eu gostava tão desesperadamente que o conseguisse, para ficares tu feliz, para este aperto desvanecer, mas não consigo. Não consigo deixar de ficar triste. A ausência já dói, a ideia. A minha cabeça dói. Porque é que não funcionamos com botões, era tão mais fácil, desligar o que não queríamos sentir.Já não sei o que digo, o que penso…Quero tanto a tua felicidade e a tua realização e custa-me estar assim porque sei que também sofres, mas não consigo o evitar, não consigo lidar de outra forma, ainda não me habituei à ideia, tantas incertezas que se formam…

1 comentário:

  1. Até fiquei sem palavras... que me permitam tecer um comentário a tão grandioso texto...

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