quarta-feira, 15 de abril de 2009

Casalinhos

Tantas vezes, pelo menos recordo-me de muitas, em que estou na minha vidinha num café e olho para uma mesa ao lado ou algumas mesas de distância, e vejo um casalinho de namorados onde ela está nitidamente a pensar no modelito que vai usar no dia seguinte no trabalho e ele a olhar para a televisão, a ver o futebol ou as pernas de alguma modelo do Fashion Tv. Assim passam os minutos, chegam a ser horas.
Os olhos dele não se mexem , não deixam por um momento o ecrã e ela vai olhando para o verniz que lasca a cada milésimo de segundo e ficando cada vez mais “suspirosa” com o passar do tempo.
Questiono-me sobre estas pequenas cenas! Se fosse para ficar calado preferia nem de casa sair. Ficava a ver um episódio do BBC Vida Selvagem, se bem que não é assim tão diferente das cenas que presencio, mas deveria ser mais interessante, a menos que tivesse algum fetiche com tédio ou algo que o valha, mas como não tenho, gosto de manter o meu tempito ocupado e bem ocupado ou então observar as novelas da vida real para depois ter algum assunto para escrevinhar.
Então no dia dos namorados para onde quer que se vá, de dia ou de noite, estas pequenas ceninhas repetem-se por cada cantinho. Mas é à noite é que é a verdadeira abertura de tesourinhos depressivos, em restaurantes, chega a doer na alma. E olho para elas principalmente e algumas têm literalmente vontade de cortar os pulsos com a faquinha de barrar manteiga das entradas e eles ansiosos pelo fim do jantar para…. “ouvir musica”!
Depois devem contar à melhor amiga que não namora e que aquela foi a melhor noite da sua vida só para se fazer sentir um pouco melhor. E a pobre da criatura acredita e rói-se todinha de inveja tendo pouca consciência da triste, muito triste, realidade. Se calhar até foi bom, ele levou-a a sair, jantou fora e pagou, ora e não foi mais que a obrigação de cavalheiro na minha opinião, e ficaram no carro numa fresquita ouvir a dita “musiquita”.
Estas cenas do nosso dia-a-dia, tanto ou mais comuns como eu me levantar cedo (como eu sofro) para trabalhar, só nos ditos dias especiais, qual milagre da multiplicação dos pães, tudo se vê em maiores quantidades e têm-se mais noção.

Na paz do Senhor!

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